Lançado no dia 22 de julho, o livro Aço Vermelho - Os Segredos da Vitória Soviética na Segunda Guerra Mundial aborda um tema que por muitas vezes é deixado de lado, ou pelo menos tem sua importância diminuída quando comparado a outros fatos e campanhas militares ocorridos no maior conflito já visto pela Humanidade. A participação da URSS na Segunda Grande Guerra foi marcada por embates horrendos e cercos impetuosos, o grande senso de nacionalismo de seus comandantes e as árduas batalhas também são características marcantes da campanha soviética na guerra.
A obra de João Claudio Pitillo, licenciado em História pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), mestrando pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro do grupo de Estudos do tempo Presente da UFS (Universidade Federal de Sergipe), traz uma leitura agradável e de fácil entendimento, usa de documentos e referências históricas para apresentar seu conteúdo.
Veja a entrevista com o autor:
PSG: Qual o enfoque principal e que objetivos o livro almeja?
JP: O enfoque principal do meu livro é a participação soviética na Segunda Guerra Mundial, ele revela detalhes das táticas e estratégicas desenvolvidas pelo Exército Vermelho, os meandros da participação e da mobilização do povo soviético, as ações do PCUS (Partico Comunista da União Soviética) e as diretrizes governamentais que permitiram ao Estado soviético alcançar um nível de desenvolvimento capaz de suportar as necessidades que a Guerra lhe impôs.
Tenho como objetivo, revelar ao povo brasileiro o verdadeiro papel da URSS na Segunda Guerra Mundial, que é bem diferente do que o Brasil conhece, fruto de sua subordinação a Guerra Fria.
O livro tem um caráter revolucionário, pois revela através de materiais inéditos em nosso país, detalhes que resgatam a verdade histórica sobre a participação soviética no referido, já que as análises recorrentes em nossa sociedade muitas vezes subestimam os soviéticos e superestimam os anglo-estadunidenses. Até mesmo os derrotados nazistas, são mais conhecidos em nosso país do que a URSS, que foi a grande vencedora.
Meu trabalho é uma busca constate de se reparar os erros históricos cometidos pelo anticomunismo paranoico da Guerra Fria em nosso país, que nos privou de excelentes materiais e ótimas análises produzidas pelos soviéticos depois da Segunda Guerra Mundial, isto é, todo o exemplo vencedor da URSS nunca foi estudado no Brasil por causa da nossa subordinação aos ditames políticos e culturais vindos de Washington.
PSG: Que objetivos se pretendiam com a publicação de um trabalho relacionado a Rússia na guerra, um tema não tão difundido no cenário brasileiro quando se fala sobre a Segunda Guerra Mundial?
JP: A pesquisa necessária no campo da História Militar ficou prejudicada em nosso país, por não conhecermos em detalhes a Segunda Guerra Mundial.
Os estudos militares no Brasil patinam a muito tempo, desde o golpe de 1964 que só estudamos os países centrais do Ocidente, que muitas vezes estão aquém do desenvolvimento soviético.
Precisamos iniciar uma nova etapa dos estudos militares no Brasil, uma vertente mais plural, onde possamos estudar e conhecer a fundo os motivos que levaram a URSS a superar a Alemanha nazista, libertar cerca de 20 países e se constituir no Estado mais poderoso do mundo em 1945.
Acredito que a participação soviética na Segunda Guerra Mundial é o marco mais importante da História Contemporânea. O surgimento do fascismo e a emergência de Estados reacionários, que se uniram para derrotar a URSS com o consenso das democracias Ocidentais, foi algo bárbaro. A capacidade da URSS de resistir praticamente só, a toda essa máquina de guerra merece um estudo bem detalhado, por isso escrevi o “AÇO VERMELHO”.
O fato de eu ser o primeiro brasileiro a escrever sobre a participação soviética ao longo desses 70 anos, mostra como nossos estudos sobre a Segunda Guerra Mundial ainda são frágeis. Espero que em breve mais pessoas possam estudar a participação soviética no referido conflito sem as mentiras da Guerra Fria e as calúnias do revisionismo.
Me chama atenção a enxurrada de publicações e produções sobre os nazistas em nossa sociedade, vejo a grande mídia sempre ressaltando algumas particularidades dos nazistas e fascistas de forma positiva, será que esqueceram que eles assassinaram centenas de brasileiros a bordo de nossos navios mercantes de forma covarde? Além de terem matado muitos dos nossos queridos Pracinhas!
PSG: Quais os seus planos para o futuro, algum trabalho ou pesquisa em andamento?
JP: A minha dissertação de mestrado também vai virar um livro, estou escrevendo sobre como a sociedade brasileira assistiu a Segunda Guerra Mundial.
Estou fazendo uma minuciosa pesquisa nos principais jornais da época, para comparar as notícias que esses veículos estampavam sobre a URSS e o que realmente acontecia na Frente Soviético-Alemã. Estou usando os pressupostos da História Comparada, pois sou aluno do Programa de Pós Graduação de História Comparada, no mestrado da UFRJ.
Também estou preparando um livro sobre a Batalha de Moscou, onde usarei como base algumas fontes primárias soviéticas inéditas no Brasil. Vou relatar o desmantelamento da blitzkrieg nas portas da Capital Russa. Acredito que até o segundo semestre de 2015 eles já estejam prontos.
PSG: Professor, quais são suas considerações finais?
JP: Espero que essa minha pequena contribuição para a discussão histórica, envolvendo a participação soviética na Segunda Guerra Mundial, seja bem aceita pelos brasileiros.
Torço que o livro “AÇO VERNELHO – OS SEGREDOS DA VITÓRIA SOVIÉTICA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL”, seja um contraponto aos enlatados produzidos pelos anglo-estadunidenses e nazistas que circulam em nosso país com pompa de verdade absoluta, mas não passam de propaganda de guerra.
Agradeço ao Portal da Segunda Guerra, pelo espaço, divulgação e a oportunidade de falar sobre o livro AÇO VERMELHO. É de espaços como esses, onde o debate é plural que precisamos. Abraços a todos!
O livro pode ser adquirido online, através do site da Editora Multifoco.
www.bit.ly/1sygQnm
6 comentários:
Não sei vocês, mas sinto um arrepio na espinha quando leio um texto desse produzido por alguém fazendo mestrado. Percebi uma forte carga política nas respostas desse professor, quero nem imaginar nos livros.Amo História, mas não confio nesses professores e História formados em nossas universidades esquerdistas
Já adquiri a obra. Excelente trabalho sobre os verdadeiros vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética. Claro que os outros países ajudaram, mas foi o esforço soviético, com seus mais de 25 milhões de mortos, destruição do país, e principalmente, o engajamento da população sobre a direção firme do partido comunista que garantiu a vitória e salvou a humanidade do nazifascismo, com o qual os liberais europeus tentaram negociar a todo momento.
Parabéns ao autor por trazer essa discussão para a historiografia brasileira, tão norte-americanizada.
Excelente entrevista e o livro, já comprei. Até agora achei muito bom!
Como pode se fazer uma critica tão simplista e com uma visão completamente distorcida sobre nossas universidades ao chamá-las de esquerdistas, algo completamente estapafúrdio?
O livro é resultado de um trabalho sério e aprofundado e retrata o que é um fato público e notório que é a participação soviética na II Guerra.
Ao que parece, ainda há alguns que conhecem o conflito apenas pelos filmes Resgate do Soldado Ryan e Capitão América.
Meu amigo, se você tem problema de leitura isso é problema seu.
estudo sobre a segunda guerra há mais de 13 anos, sei que a URSS teve um grande papel, mas pela entrevista desse cidadão vemos sim(você querendo ou não) o retrato de nossos professores, em sua esmagadora maioria, formada por profissionais de esquerda com um discurso simplista igual ao dessa entrevista, onde tudo é culpa do capitalismo e dos EUA, onde Cuba é um paraíso.Por isso que temos uma educação horrível em nosso País. O choro é livre!
Comprei o livro e li. Trata-se do pior livro história que já li na minha vida. O autor cita apenas 23 obras na bibliografia. Muito pouco, na minha opinião, para quem afirma ter pesquisado o assunto por 15 anos. Se pensarmos bem, o autor leu pouco mais de um livro por ano para sua "pesquisa". Além disso não há nada de inédito na bibliografia citada, como alardeado pelo autor. Com exceção de um texto de um professor do Rio de Janeiro (da Federal do Rio, se não me engano), todos os livros são encontráveis facilmente em lojas virtuais e sebos on line, como o "Estante Virtual".
As menções ufanista ao "heroísmo" fio povo e dos soldados russos beira o ridículo e é constrangedor num livro que se diz relatar a história. O autor fala em "estratégias" surpreendentes desenvolvidas pelos generais russos e de equipamentos, como aviões e tanques muito superiores aos alemães, mas não explica nem em que tais "estratégias" consistiam, salvo falar exaustivamente em "movimentos de pinça", conhecidos desde a época de Alexandre "o Grande", nem porque os equipamentos russos eram tão superiores aos alemães. Enfim, o livro é um "copia e cola" de outros livros como "A Rússia na guerra e um amontoado chatíssimo de números de tanques e tropas. Não há revelações, não há pesquisas sérias em fontes autênticas, como documentos oficiais. A edição é péssima, cheia de erros de português e de diagramação. Eu teria vergonha de por meu nome num trabalho deprimente como este.
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